O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia (CDS/PSD), assume, em resposta às críticas dos opositores socialistas de nada ter feito, que "diversos projectos e acções" pararam, mas que as contas se fazem no fim do mandato. Élio Moura reconheceu, "com verdade" essas paragens, mas explicou-as com as dificuldades financeiras com que foi confrontado, tendo confessado que tem "tido momentos de desânimo" nesse primeiro ano de mandato. "Já senti dois ou três momentos de desânimo, quando fui confrontado com facturas com seis anos de atraso e sem ter dinheiro para as pagar", relatou. A "confissão" de Élio Maia não comove Raul Martins, o líder do PS local, principal força da oposição, que acusa a equipa de Élio Maia de não ter feito nada num ano e mesmo de agravar a situação financeira. "A única coisa que têm feito é chorar para que as lágrimas desfaçam o problema encontrado", comenta. Élio Maia defende o seu executivo e revela que está a aguardar pelas conclusões finais da Inspecção Geral de Finanças para apresentar um plano de reequilíbrio financeiro. O presidente da Câmara salienta ainda terem sido realizados 400 acordos de pagamento a credores e estar em elaboração o cadastro do património imobiliário do Município, garantindo também que está a haver o maior rigor nas despesas correntes. O líder socialista de Aveiro rebate, afirmando que a equipa de Élio Maia não só não resolveu a situação como a agravou, registando-se um aumento de 1 milhão de euros da dívida de curto prazo no primeiro trimestre. "Não conseguiram pôr em prática mesmo as medidas mais elementares para estancar a dívida. Este executivo transformou um valor de dívida que era preocupante, mas não era trágico, num verdadeiro problema, que vai marcar de forma decisiva o futuro colectivo dos aveirenses", acusa. Raul Martins diz que a maioria CDS/PSD na Câmara de Aveiro está "em pânico", porque ao fim de um ano está a desaparecer o "álibi" da "herança" socialista para justificar a "inércia" camarária. "É muito fácil fazer a resenha, porque não fizeram nada", ironiza. Élio Maia surpreende na resposta, admitindo que em parte é verdade, mas não é tanto assim e nem tudo o que parou foi por dificuldades financeiras. "Temos sido confrontados com afirmações de que não temos ideias e não temos feito nada e há nisso uma parte de verdade: parámos diversos projectos e acções e temos de o assumir com verdade. Parámos com a avenida de Santa Joana, por respeito a 13 famílias cujas casas teriam de ser demolidas. Parámos com a avenida de São Bernardo por respeito à posição da Junta e da Assembleia de Freguesia. Parámos com o projecto da incineradora em Nossa Senhora de Fátima. Parámos com a adjudicação de empreitadas por junto e com adjudicações para construir avenidas em terrenos que não estavam adquiridos e são de particulares", exemplifica. No entanto, garante que a situação financeira não o vai fazer desviar do que prometeu ao eleitorado, que no final do mandato irá fazer a sua avaliação. "Não nos vamos desculpar com a situação financeira para nos desvincular dos compromissos assumidos. Mantemos cada uma das promessas eleitorais e no final aceitaremos ser avaliados", conclui.Diário de Aveiro |