TAXAS DE LIXO E SANEAMENTO NUNCA FORAM APLICADAS

Uma tentativa, para “harmonizar” o tarifário do consumo da água, entre todos os municípios que fazem parte da Associação de Municípios da Ria (AMRia), foi para já inviabilizada pela Câmara de Vagos, que não vê com bons olhos tal medida.

“Este é um problema nosso”

A Câmara de Vagos está contra a harmonização do tarifário da água, proposta pela AMRia. O anúncio foi feito pelo vice-presidente desta autarquia, que encara aquela directiva como contrária aos interesses do município. “Se viesse a ser introduzido, de imediato, o novo tarifário iria penalizar sobremaneira os consumidores”, revelou Carlos Neves, que tem consciência de que o município de Vagos é, de momento, aquele que pratica o tarifário “mais baixo”, a nível do distrito e da região dos municípios da Ria.

De acordo com aquele autarca, o actual executivo camarário não pretende “alinhar” na pretensão da AMRia. Argumentando que, já em tempos, a SIMRia tinha chamado a atenção da Câmara para o facto de Vagos “ser diferente” dos outros concelhos, Carlos Neves disse que “este é um problema nosso, que vamos procurar resolver na altura certa”.

Admitindo vir a fazer “alguns acertos” no tarifário em vigor, o “vice” de Rui Cruz adiantou, em declarações ao Jornal da Bairrada, que está a ser elaborado um estudo “sério” sobre os tarifários praticados em vários concelhos.

E que, no caso dos resíduos sólidos urbanos, cuja taxa o município de Vagos nunca cobrou, há quem “defenda alternativas para o tratamento dos mesmos”. O que, em princípio, implicaria também “mexidas” a nível do Orçamento camarário para 2006, que ainda não foi discutido e aprovado.

Campanha de sensibilização

Tanto quanto apurámos, a questão mais complexa parece ser, no entanto, o pagamento das taxas de ligação da água e do ramal, por parte dos novos consumidores.

Para tentar combater a “resistência” de alguns munícipes, a autarquia de Vagos está a preparar uma campanha de sensibilização, direccionada às freguesias rurais onde, como se sabe, a utilização de água dos poços é uma prática corrente.

Questionado sobre este caso, Carlos Neves disse que a ligação do ramal, por parte dos munícipes, é hoje “uma obrigação que o regulamento já prevê”. Admitindo o recurso a pagamento faseado das respectivas taxas, sempre que for solicitado, o vereador responsável pelo Pelouro explicou ainda que pode haver casos de “isenção” para a ligação do ramal. “Está tudo previsto no regulamento”, referiu, a propósito.

O processo vai, entretanto, ser agilizado e, dentro de algumas semanas, deverá mesmo ficar informatizado. Está ainda previsto que o serviço possa vir a ser prestado pelas Juntas de Freguesia, ou ainda solicitado através da Internet.

Eduardo Jaques
Diário de Aveiro



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