Quatro bombeiros morreram hoje durante o combate ao incêndio florestal que lavra desde o início da tarde em Mortágua, distrito de Viseu, disse à Agência Lusa fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).

A morte de quatro bombeiros deu-se quando as chamas apanharam a viatura em que se encontravam, devido a uma mudança de direcção do vento, explicou a Protecção Civil.

"Foram apanhados por um volte-face do vento, que conduziu as chamas para o local onde se encontravam", disse aos jornalistas, em Mortágua, o presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.

Manuel Ribeiro confirmou que se trata de quatro bombeiros dos Sapadores de Coimbra, que faziam parte de um grupo de reforço que se deslocou para Mortágua para ajudar no combate às chamas.

O responsável do SNBPC não adiantou mais dados sobre os bombeiros falecidos, nomeadamente a sua identificação, alegando que as respectivas famílias têm de ser primeiro oficialmente contactadas.

Manuel Ribeiro anunciou que se deverá deslocar ainda hoje a Mortágua o secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho, que poderá dar mais informações sobre o caso.

Entretanto, o incêndio, cujo combate foi dificultado pelo vento forte que se sente na região, já se encontra circunscrito.

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Empenho e dedicação caracterizavam bombeiros mortos - chefe corporação O chefe dos Sapadores de Coimbra, António Rosa, elogiou hoje a "dedicação e o empenho" dos quatro bombeiros da corporação que morreram hoje à tarde num incêndio em Mortágua, considerando que os homens foram vítimas do vento.

"Eles eram muito dedicados e empenhados, o vento é que é traiçoeiro", lamentou em declarações aos jornalistas, aludindo às circunstâncias em que terão morrido os quatro bombeiros, de 24, 28, 42 e 43 anos.

Um quinto bombeiro, de 27 anos, ficou ferido no incidente mas encontra-se livre de perigo nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Segundo António Rosa, os bombeiros tinham-se deslocado previamente ao local onde acabaram por morrer, consideraram que havia condições para combaterem as chamas no local e mandaram chamar o motorista com a viatura florestal de combate a incêndios.

"Mas o vento mudou de repente e não conseguiram fugir", disse emocionado, contando que três acabaram por morrer dentro da viatura e um quarto no exterior, "quando tentava meter a bomba a trabalhar".

O incidente terá ocorrido perto das 15:30, duas horas e meia depois de o incêndio ter deflagrado em Vale de Paredes, junto a Mortágua.
Diário de Aveiro