O presidente do Clube dos Galitos repete críticas ao Estado por não valorizar os clubes desportivos e teme pela “futebolização” do desporto e pela crescente influência dos clubes denominados “grandes” que estão a invadir as modalidades amadoras com a “canibalização dos clubes mais pequenos”.
António Granjeia aproveitou a tradicional mensagem de ano novo para fazer um ponto de situação em torno da vida do clube.
“A democratização do desporto com a construção de instalações desportivas por todo o País não tem valorizado os clubes e as associações do país menos mediatizado e ao invés está canibalizá-los em beneficio dos chamados 3 grandes. A futebolização está a passar para as modalidades amadoras. É fundamental criar estratégias locais e regionais que combatam este marketing agressivo e o centralismo das grandes capitais”.
Posição que critica o IVA a 23% e que deixa também lamento pela lentidão da Justiça uma vez que o clube ainda sofre com as “ondas de choque da insolvência de um ginásio que operava no pavilhão”.
Quanto ao futuro das piscinas do IPDJ que o Estado diz estar disponível para ceder definitivamente ao clube, o presidente do Galitos afirma que o assunto não é novo mas exige decisões.
“A recuperação da que ocupamos depende de um governante em Lisboa se dignar-se a perder dez minutos para assinar um protocolo muitas vezes negociado. Se calhar só vão olhar quando aparecer nas TVs de formato tabloide. Existe a firme disposição da CM Aveiro em olhar com abertura e interesse para o projeto de uma nova instalação e a recuperação da nossa piscina. Assim exista a mesma vontade por parte do governo”.
O interesse na criação de um posto náutico, moderno, na Lota, também espera decisões do Governo e da tutela que superintende o Porto de Aveiro para a revitalização de toda aquela área.
A relação com a autarquia mereceu o registo pela “fiabilidade” da parceria num esforço conjunto de valorização de estruturas.
“Tem sido possível enquadrar a autarquia no realismo da necessidade de requalificação da piscina que usamos, na indispensabilidade dos acessos ao posto náutico, na requalificação do espaço envolvente ao pavilhão nomeadamente a iluminação, estacionamento, zona dos campos de padel e estudo do projeto de uma nova piscina na cidade. A Câmara Municipal, num gesto de compreensão e respeito pelo clube que registamos isentou a secção de padel das taxas previstas no RUMA para a edificação da estrutura coberta dos campos de padel com base no manifesto interesse publico do investimento. Aguardamos que a autarquia reúna as condições necessárias para avançar nestes temas sabendo que terá no Galitos um parceiro confiável, leal e empenhado”.
O destaque no ano que passou vai para a dinâmica da nova secção de padel que depois da conclusão dos 6 campos avançou para a cobertura de 4 dos campos. E em fase de arranque conquistou, por exemplo, o título de Campeão Nacional equipas escalão F4 femininos.
António Granjeia anunciou também o arranque, em 2018, do processo de revalorização e reutilização funcional da atual sede do clube no centro da cidade.
Iniciou negociações com o inquilino Fidelidade com vista à cedência parcial do espaço por este ocupado com vista à instalação de uma loja Galitos e um elevador. O processo está neste momento em estudo por uma equipa de arquitetos.
Globalmente, o Clube dos Galitos conquistou em 2018, 23 títulos de campeão nacional nas modalidades e alcançou 26 recordes nacionais com destaque para a natação, padel, xadrez, remo, basquetebol e triatlo.
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