O PS voltou, esta noite, em plena Assembleia Municipal de Ílhavo, a criticar as obras de requalificação do Largo da Bruxa, na Gafanha da Encarnação.
Luís Leitão (PS) considerou a intervenção da autarquia “infeliz e desajustada”, porque não passa de uma “barreira visual que tapa a paisagem”, impedindo a observação do Canal de Mira e das casas típicas da Costa Nova, no outro lado da margem.
Recordou que o Presidente da Junta da Gafanha da Encarnação disse, no inicio da obra, que este projecto, orçado em 343 mil euros, ia dar “uma nova luz a esta área”, citou.
Continuando, disse que “fui à procura da luz, ao pôr do sol e só vi sombra. Puseram-me um muro à frente”, lamentou. “Podia imaginar um passeio à beira ria ou sentado numa explanada, com uma vista edílica, com sol, aves e água, palmeiras e casas às riscas coloridas mas, o sonho tornou-se num pesadelo (…) com 343 mil euros conseguiram estragar aquilo que de melhor nos dava o Largo da Bruxa (…) parem, não façam mais nada. Depois de Outubro o PS voltará a dar luz aquela zona”, vincou. “Esta Câmara não ouve os munícipes e depois surgem estas asneiras”, adiantou. (com áudio)
O Presidente da Câmara, Fernando Caçoilo, disse que “não se passa nada do que disse”. “A vista da Costa Nova não está tapada, vamos lá beber um fino, os dois, e depois vemos se se vê a vista ou não”, referiu a sorrir.
A obra demorou, sensivelmente, quatro meses a ficar concluída, tendo acabado com o estacionamento em frente ao estabelecimento que dá nome ao Largo, alargando a área verde e criando um corredor ciclável entre o troço norte e sul do caminho do Praião. A criação de uma zona verde voltada para a ria, “com a Costa Nova em fundo”, é uma obra “emblemática”, disse o autarca ilhavense “que não está nada tapada por um muro (…) é um grande trabalho de arquitectura”.
Na sequência do debate político, Luís Leitão, estranhou um “momento” do discurso de Fernando Caçoilo, feito na cerimónia que serviu para formalizar os protocolos financeiros com as Associações do Concelho, realizada recentemente.
Fernando Caçoilo terá dito que “hoje não há patamares e degraus diferentes no processo negocial com as Associações (…) hoje estamos à mesa de negociação sem tiques de superioridade. O tampo da mesa, hoje, está ao mesmo nível”, disse o Deputado municipal citando Fernando Caçoilo. “Foi muito surpreendente ouvi-lo porque durante anos ouvi críticas da oposição e de algumas instituições que se queixavam de negociarem em mesas inclinadas e descriminação. 16 anos depois, após os mandatos de Ribau Esteves e Fernando Caçoilo, muitas das críticas que foram feitas pelo PS faziam sentido. O actual Presidente da Câmara não foi Vice de Ribau Esteves? Não subscreve as políticas de Ribau Esteves? Demarca-se do seu passado?”, perguntou.
Na resposta Fernando Caçoilo disse que “não foi bem assim”. “O que eu disse é que no passado não havia acordos para os Protocolos. O que se fazia era dar subsídios. Unilateralmente a Câmara dava apoios financeiros, era assim que funcionava. Nós é que iniciamos as negociações para os Protocolos”, adiantou.
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