Para o Deputado Municipal do PS de Ílhavo, João Bernardo, a Carta Educativa de Ílhavo é um documento "tecnicamente bem elaborado", seguindo as regras instituídas pelo Ministério da Educação para a elaboração das Cartas Educativas. "não é uma mera listagem de equipamentos existentes, ou a construir no município, sem qualquer ligação a quem os utiliza e aos objetivos que se pretende com eles atingir". João Bernardo (na foto), afirmou na última sessão da AM que a Carta Educativa deve ser "um documento vivo, útil e usável por toda a comunidade como uma referência num caminho a percorrer e nunca como um documento acabado e fechado". O PS/Ílhavo fez saber na sessão de Assembleia Municipal que "lamenta que a Câmara Municipal se tenha limitado a ouvir as pessoas e as instituições do sistema de ensino e não tenha alargado o leque de participação a outras personalidades e entidades, entre eles, naturalmente, os partidos políticos, os Vereadores da oposição e a própria Assembleia Municipal, tornando a sua aprovação uma mera formalidade, um debate ineficiente". João Bernardo salientou ainda os "constrangimentos detectados do sistema educativo no município, a divergência evidente entre o contexto socio-económico do Concelho e os resultados escolares, que ficam muito aquém do que seria expectável", apelando à autarquia que "tenha em conta os caminhos apontados na Carta Educativa e que seja um agente pró-activo na junção de vontades com vista á operacionalização de políticas educativas que melhorem os indicadores do município, nomeadamente naquilo que diz respeito ao maior constrangimento constatado: a taxa de abandono escolar precoce muito elevada, 28,99 %, que apesar de em dez anos se ter reduzido, é superior à média nacional (23,2%) e à dos municípios vizinhos (26% em Aveiro e 28,53% em Vagos)". O PS assume que "importa também ouvir os jovens e as suas famílias, antes da sua saída do ensino básico, a fim de detetar quais os seus anseios, e promover formações de qualidade que possam ir ao encontro das necessidades demonstradas, como forma de evitar a sua saída para Escolas de outros Concelhos, tal como aponta a carta educativa, em sentido contrário à prática levada nos últimos anos, tendo a Câmara Municipal feito absolutamente nada para inverter aquela tendência", é sublinhado em comunicado de imprensa. "A inexistência da oferta educativa em várias áreas educativas, as elevadas taxas de abandono escolar, a inexistência de um plano de combate eficaz ao insucesso escolar, a fuga de alunos para Escolas fora do Concelho, os elevados níveis de insucesso nos diversos níveis de escolaridade são os constrangimentos maiores do município no que à educação diz respeito".
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