FLORESTA “PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE”

À semelhança de anos anteriores, o Lions Clube da Bairrada, levou a cabo, nos dias 5 e 6 de Maio (quarta e quinta-feira), no salão de festas dos Bombeiros Voluntários de Anadia, a acção ecológica de sensibilização “Eu sou vigilante da Floresta”, de acordo com a acção programática anual desenvolvida pelo Distrito Lion 115 Centro Norte a que pertencem. A campanha de sensibilização contou, este ano, com o envolvimento de aproximadamente 300 crianças, provenientes do 4º ano do ensino básico do concelho de Anadia (Agrupamentos de Anadia e Vilarinho do Bairro), numa tentativa de os alertar para a necessidade de amar e proteger a floresta – património da humanidade. SENSIBILIZAR OS MAIS VELHOS A JB o companheiro Lion, Ricardo Ferreira Dias, coordenador do projecto em Anadia, destacou a importância deste tipo de campanhas de sensibilização, no âmbito de uma “promoção para uma cidadania florestal”. No fundo, “fazer uma formação ambiental em defesa da floresta e de todas as suas envolvências, benefícios e proveitos”, acrescentaria o nosso interlocutor que é também presidente da Coflora e da Fenafloresta. Por outro lado, este responsável, admitiu ainda à nossa reportagem que “já se nota algum feed-back relativamente a estas campanhas de sensibilização, na medida em que as crianças, em casa, acabam por transmitir aos pais noções e conhecimentos aqui adquiridos”, acabando por sensibilizar também os mais velhos para a problemática dos fogos florestais e da necessidade imperiosa de proteger a mata e a floresta. No fundo, acrescentaria ainda “esta iniciativa visa passar para a sociedade civil - que anda distraída com muitas coisas - conceitos ambientais de que a floresta é património da humanidade e que todos dela beneficiamos”. Presente neste evento estiveram também alguns elementos da Guarda Florestal – Núcleo Regional da Beira Litoral que, nas palavras do mestre Carlos Gama, nos explicaram que “vamos deixar junto destas crianças a imagem do que estamos a fazer a nível nacional em matéria de sensibilização”. É que esta força policial está, há já três anos, a desenvolver junto de escolas um programa que visa sensibilizar os mais pequenos para a defesa da floresta contra incêndios. Embora este programa não vá aleatoriamente às escolas, ele tem dado preferência aos estabelecimentos de ensino que se localizem em zonas onde existe maior número de ignições (mais de 10 ocorrências) por negligência (incêndios provocados actos relacionados com trabalho ou lazer), a verdade é que está também já a dar os seus frutos positivos. Assim, revelou Carlos Gama, “uma vez que cerca de 30% das ignições são causadas por actos negligentes” “queremos esclarecer os mais pequenos sobre a floresta, numa perspectiva de bem patrimonial e enquanto base para a promoção de uma vida saudável e para a qualidade de vida.” ALGUMAS NOÇÕES Por outro lado, a Guarda Florestal deixou ainda a estas centenas de crianças algumas noções de como proteger a floresta do fogo, mas também de doenças e pragas que afectam as árvores. A JB Carlos Gama admitiu ainda que este tipo de iniciativas e esforços estão a ter já algum feed-back, pois como relevou ao nosso jornal, “nalgumas escolas não houve necessidade de lá voltar uma vez que, nessas povoações, o número de ignições por negligência tem vindo a diminuir” indicando que os mais pequenos estão a ajudar a sensibilizar não só os mais crescidos (cuidados a ter com queimadas e foguetes), bem como a eles próprios, “já que são também as crianças (até aos 14 anos e logo inimputáveis) responsáveis por 8% dos fogos que se registam a nível nacional. Razões – a curiosidade, mas também a necessidade de chamar a atenção, pois sendo provenientes de zonas mais interiores, gostam de ver toda a movimentação (bombeiros, muitas viaturas, polícia, helicópteros) à volta de um fogo”, explicaria. Por seu turno, António Simões, comandante-adjunto dos Bombeiros Voluntários de Anadia, explicou à atenta e curiosa audiência as principais razões para amar e proteger a floresta: “renova o ar que respiramos, fixa as duas e as encostas, protege os solos da erosão, valoriza a paisagem, é o habitat de muitas espécies, é um local de repouso e lazer”, entre outras noções, assim como a prevenção que pode ser efectuada para que os fogos não deflagrem, “não fazer queimadas, não despejar lixos na mata, não fumar na floresta, não lançar foguetes a menos de 500 metros, limpar todas as formas de acessos”, entre outros. Acrescente-se ainda que, no âmbito desta iniciativa, se realiza, no próximo dia 22 de Maio (sábado), em Bragança, uma mega concentração (festa de encerramento da acção “Eu sou vigilante da floresta”) de alguns milhares de crianças, provenientes das zonas cobertas pelo Distrito 115 Centro Norte. O concelho de Anadia irá participar, à semelhança de anteriores edições, com aproximadamente uma centena de crianças do 4º ano do ensino básico, das escolas do concelho. Catarina Cerca
Diário de Aveiro


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