O Bispo de Aveiro espera que o tempo de Natal seja inspirador para as famílias da Diocese. “O presépio, imagem de humildade, pobreza, simplicidade, docilidade e fé, seja fonte de inspiração pessoal, familiar e comunitária. Que todos os desejos, todas as lágrimas e esperanças contidos nos nossos corações ressoem e encontrem eco num ombro e numa mão amiga. Deixemo-nos abrasar pela proximidade e ternura de Deus”. António Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro, optou por deixar a mensagem sob a forma de poema que aqui é reproduzido. 
Onde há misericórdia, existe o mistério do Natal 
  
Eis o Emanuel, Deus connosco, 
o Deus que vem ao nosso encontro. 
Nova vida se inaugura, pois vem à terra o Deus do amor. 
O filho de Deus vivo, e Senhor da vida, 
que está presente, que é próximo, providente, santo e misericordioso, 
veio para nos salvar com palavras de amor e esperança; 
é presença viva de caridade e paz entre os povos da terra. 
  
Deus fez-se um de nós. 
O presépio, imagem de humildade, pobreza, simplicidade, docilidade e fé, 
seja fonte de inspiração pessoal, familiar e comunitária. 
Que todos os desejos, todas as lágrimas e esperanças 
contidos nos nossos corações 
ressoem e encontrem eco num ombro e numa mão amiga. 
Deixemo-nos abrasar pela proximidade e ternura de Deus. 
  
Fica connosco, Senhor! 
Natal é renascer, sentir Cristo dentro de nós. 
É compaixão, conversão, aceitação… 
porque o Deus incarnado é bom, 
é fiel, é misericordioso para com todos. 
  
Venha a nós o Vosso Reino! 
Quantos rostos dilacerados, contrastando com a bondade 
e a ternura do Menino deitado na manjedoura! 
No meio de tanta azáfama e tantos convites comerciais, 
permaneçamos atentos e vigilantes no Senhor. 
Que nada seja mais forte do que a união dos que brindam ao amor. 
Onde há amor, existe o verdadeiro Natal. 
  
Príncipe da Paz, 
convertei os corações perturbados, 
o coração dos violentos, 
para que ponham fim ao ódio e à guerra 
e se inicie o caminho da paz duradoira e do diálogo. 
Aqui e agora, neste lugar, 
abramos aos outros a porta que, em Jesus Cristo, foi aberta. 
  
Eu sou a porta! 
Cristo, a Porta que nos introduz no conhecimento do mistério de Deus, 
nos dê a conhecer e a abraçar a vocação humana 
a que todos somos chamados. 
Precisamos de avivar o sentido da nossa identidade cristã, 
de promover o sentido de misericórdia 
e praticá-la cada dia na nossa vida, 
nas nossas famílias, na nossa diocese, no mundo inteiro. 
Misericórdia é, pois, o ato último e supremo 
pelo qual Deus vem ao nosso encontro. 
  
Jesus, o rosto misericordioso de Deus Pai. 
Quando Jesus renascer no coração humano, 
a luz surgirá como a aurora e as feridas não tardarão a cicatrizar.  
Somos barro, frágeis, mas somos obra das suas mãos. 
Diante das circunstâncias que o mundo nos oferece, 
imploremos ao Deus de misericórdia o dom do amor e da unidade 
para a sua Igreja e para os homens entre si. 
Que as festividades não sejam apenas mais uma comemoração, 
mas um tempo de graça, 
um prelúdio para uma nova geração. 
  
O nosso Natal. 
Abramos a porta do nosso coração 
para que o amor de Deus, 
o Deus connosco, possa entrar. 
Ao céu dirijo um cântico de louvor e glória, 
aos homens da terra, votos de um santo Natal, 
na paz do Deus Menino que em cada ano quer nascer 
no coração de cada homem. 
Que Jesus encontre em nós e nas nossas comunidades 
um lugar para ficar. 
Feliz Natal com Jesus Cristo no nosso coração. 
  
Natal 2015 
† António Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro 
  
  
  
Diário de Aveiro |