X ENCONTRO DE COROS DA BAIRRADA

O primeiro momento do X Encontro de Coros da Bairrada teve lugar no passado fim-de-semana em Recardães, no Auditório do Centro Social Paroquial. A música e a amizade encheram a noite. Foram mais de duas centenas de coralistas que estiveram presentes, uns mais jovens — como a quase totalidade dos que integram o Coral da ARCEL —, outros menos jovens, mas a quem as invejáveis décadas não tiram entusiasmo, jovialidade... nem a juvenil tremurazinha nervosa em noite de apresentação pública. Também os apreciadores da música coral vieram às centenas aquecer o imenso auditório de Recardães, usufruir da sua magnífica acústica e da afinação polifónica conseguida, em tantas noites de ensaio, pelas vozes de tenores, sopranos, baixos e contraltos e pela dedicada habilidade e génio dos cinco maestros que se apresentaram. Ao longo da noite, foi-se ouvindo em fundo o Hino da Bairrada — o velho hino com letra do P.e Acúrcio e música de Albano da Cruz. E foi publicamente explicitado o propósito de singularizar estes Encontros pela apresentação de temas bairradinos, ora recuperados da tradição, ora da criação individual ou conjunta. A arte é toda uma mas pode ter os seus vincos regionais. A alegria da noite foi, entretanto, fortemente atingida pelo azarado acidente que escolheu um dos elementos do Orfeão de Barrô. No fim da actuação deste grupo, quando já saíam do palco, ufanos duma exibição que lhes tinha corrido muito bem, uma das orfeonistas, a mais exemplar e corajosa no entusiasmo e na persistência, foi vítima duma queda. Magoou-se e teve que ser hospitalizada. Felizmente, já está em casa, livre de todo o perigo. Mas não é o acidente que queremos aqui lembrar: é o exemplo. É a ideia que nos deixa do gosto pela música, pelo convívio, pela vida social, cultural. É o testemunho do amor à sua terra e ao associativismo que aí reina. Esta é a Orfeonista a quem pessoalmente dedico o X Encontro de Coros da Bairrada.
Diário de Aveiro


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