PESCADORES AVALIAM 10 MESES DE GREVE

Arrasto costeiro Pescadores avaliam 10 meses de greve aos fins-de-semana Os pescadores do arrasto costeiro vão avaliar este mês os efeitos de 10 meses de greve aos fins-de-semana para forçar os armadores a retomarem as negociações do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT), anunciou hoje fonte sindical. Segundo António Macedo, da Federação dos Sindicatos da Pesca, a greve parcial «já valeu a pena«, porque cinco armadores, que detêm oito dos 60 barcos afectos ao arrasto costeiro, assinaram acordos de empresa que satisfazem o grosso das reivindicações dos pescadores. Entre outras regalias, os acordos com cinco empresas do sector permitiram obter aumentos na soldada fixa (mais 50 euros), subsídio de férias (mais 125 euros) e 13º mês (151 euros). Contudo, a Associação de Armadores de Pesca Industrial (ADAPI) desinteressou-se pelo diálogo em Julho, criando um impasse nas negociações do CCT, o que afecta pescadores de dezenas de outras empresas do sector. A «intransigência« da ADAPI está a provocar também a «debandada« de pescadores portugueses para outros países da União Europeia, onde as condições remuneratórias «são muito melhores«, disse António Macedo, acrescentando que segunda-feira mais um grupo de 18 trabalhadores do sector partiu para França. A postura da ADAPI «exige outras formas de luta« que António Macedo não quer avançar, remetendo uma decisão para o plenário de trabalhadores do dia 26, que se realiza na Gafanha da Nazaré, arredores de Aveiro. «A greve aos fins-de-semana está num certo adormecimento e é preciso fazer alguma coisa«, defendeu o sindicalista. Entre várias reivindicações, os pescadores exigem que os subsídios de férias e Natal, bem como os abonos por férias não gozadas, se aproximem do salário médio de um pescador, de cerca de 750 euros. Admitem, no entanto, que o valor desses abonos seja fixado em 500 euros. Defendem ainda um aumento de 50 euros na soldada, actualmente fixada em 175 euros, num CCT para dois anos. «O que pedimos, para vigorar nos próximos dois anos, é mesmo o que alguns barcos conseguem num só dia de faina e não cobre sequer a inflação«, assegurou António Macedo. Lusa (15 Out / 15:32)
Diário de Aveiro


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