FESTEJOS DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS

Soza Festejos de Nossa Senhora dos Anjos Os festejos de Nossa Senhora dos Anjos tiveram lugar em Soza nos dias conforme programa publicado neste jornal. Este foi integralmente cumprido, tanto na parte religiosa como de diversão com todos os pormenores no mesmo descritos. Porém, três casos nos chamaram a atenção e aqui queremos deixar descritos, dois pela positiva e um pela negativa. Quanto aos primeiros, foi com certa surpresa que vimos o engenho e arte na colocação de um tapete de flores e respectivas componentes desde a entrada principal da igreja até à via de circulação que atravessa a vila, extensão esta bastante significativa, pois as colocadas em lugares da mesma pelos seus habitantes é já habitual. Todos comentaram, no bom sentido, aquela ideia de enaltecer que tiveram as zeladoras da igreja bem como o trabalho demorado feito, para que tudo estivesse pronto e conforme o idealizado. Quanto ao segundo caso, é também de exaltar a apresentação de óptima revista que não só dá a conhecer o programa total da festa, começando com uma nota de abertura em que é mencionada a tradição relacionada com o sagrado e o profano numa conciliação harmoniosa da tradição com a modernidade, bem como outros casos, especialmente a localização da vila, origens, descriminação pormenorizada dos factos históricos mais relevantes e ainda as origens da palavra Soza. Além de incluir e agradecer a todos os que contribuíram para os festejos, está também a letra da última marcha desta freguesia e os versos do poeta popular João de Figueiredo e Sá (o Faca) sobre Soza, apresentados há vários anos numa marcha carnavalesca, bem como fotografias diversas e apresentação de elevado valor e bom gosto. Nesta revista estão os nomes de todos os elementos da comissão da festa, sendo fácil identificar o seu autor. Apreciámos também a mudança do arraial sem prejudicar o trânsito tão intenso naqueles dias e altura do ano. Quanto ao caso negativo, queremos aqui deixar a ideia, um tanto amarga, não só nossa como de outros, sobre o recinto desportivo do Sozense num total abandono, bem visível, para não dizer muito chocante, em verdadeiro contraste com a visão anterior quando a equipa principal competia nos compeonatos respectivos. Isto porque a última parte dos festejos, talvez de uma importância que deve ser salientada pela confraternização de todos os ali deslocados, não tanto pelo futebol que lhe deu pretexto para tal, mas sim pelo restante já citado, nos mostrou o total abandono já descrito. Parece-nos que deveria haver mais um pouco de respeito por quem tanto trabalhou em tempos recuados para aquela causa, alguns até já pela sua memória por não fazerem parte do número dos vivos. Por outro lado, todos sabemos que o futebol de hoje é um desporto caro, sendo o total amadorismo já ultrapassado e este meio não tem condições financeiras próprias para o sustentar condignamente. E o resto? Não valerá a pena um pouco de sacrifício, especialmente com vista ao desenvolvimento físico de uma mocidade sem grandes motivos de empenhamento e até retirá-la de maus caminhos pelos quais, uma parte, está a enveredar diriamente? Sozenses bairristas, porque ainda os há, mãos à obra e todos contribuindo com o seu trabalho e dedicação, vamos tentar dar outra dinâmica àquele local em benefício duma juventude que tão carenciada está de incentivos para uma vivência mais própria para o seu desenvolvimento físico, retirando-a de maus caminhos para os quais pode resvalar. (12 Set / 9:13)
Diário de Aveiro


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