CONFLITOS AMEAÇAM PRODUÇÃO

Cerâmica Conflitos ameaçam produção e irritam transportadores Transportadores de barro que operaram na Bairrada ameaçam protestar nas ruas caso as autarquias e o Governo Civil de Aveiro não intercedam para se ultrapassar um conflito que ameaça bloquear o sector cerâmico por falta de matéria-prima. Em carta enviada hoje às câmaras municipais de Águeda, Anadia e Oliveira do Bairro e a remeter terça-feira ao governador civil de Aveiro, José Manuel Leão, os transportadores pedem contributos «para a rápida resolução da crise no sector«. «Um corte de estrada ou primeiro uma marcha lenta poderá ser a próxima iniciativa se nada se conseguir«, afirmou à Agência Lusa Alberto Silva, administrador de uma empresa de transportes e co-autor da carta ao Governo Civil e às câmaras municipais. Alberto Silva assegurou que «os camionistas querem evitar guerras«, mas «não esquecem que há cerca de 250 pessoas dependentes deste tipo de trabalho«. Além dos camionistas, as cerâmicas da região da Bairrada, que empregam 750 trabalhadores, estão a ser vítimas de disputas entre firmas que exploram o barro, numa situação que poderá ditar o fecho «dentro de dias« por falta de matéria-prima, de 70 por cento das empresas transformadoras do sector, disse a fonte. A disputa envolve a Só Argilas, firma que terá reclamado «preços incomportáveis pela matéria-prima«, e o consórcio de 14 empresas, Inarce, que lhe faz frente. A Inarce espera um estudo de impacte ambiental para começar a explorar um barreiro mas decidiu já avançar com os trabalhos, o que levou a Brigada da Ambiental da GNR a selar os equipamentos. Agora, disse Orlando Almeida, da Inarce, «há empresas cerâmicas com stock de barro para apenas duas ou três semanas«, em risco de parar a produção. «Temos capacidade para resolver a situação, mas não vamos entrar em situação de ilegalidade«, acrescentou. Por parte da Só Argilas, Pedro Jordão considerou «caricata a posição« da Inarce, «que não representa um sector«. Assegurou que a Só Argilas «fornece todos os interessados«, fazendo-o a preços «claros e transparentes«, com o produto «devidamente pesado e facturado«. Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, Vítor Oliveira, disse que a autarquia «está a desenvolver esforços para tentar resolver os problemas de todos aqueles que dependem do sector cerâmico, não só os transportadores, mas também os funcionários dessas empresas«. (2 Set / 19:00)
Diário de Aveiro


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