AVEIRO: “É REVOLTANTE QUE SE CONTINUE A INSINUAR QUE ME APROPRIEI ILEGITIMAMENTE DE VALORES QUE ERAM DO CLUBE” – MANO NUNES.

Mano Nunes diz que as informações veiculadas, ontem, sobre o acórdão do Tribunal da Relação não estão de acordo com o que foi proferido por não se tratar de uma acusação deduzida no âmbito do processo das piscinas mas sobre o recurso apresentado há mais de dez meses sobre o despacho que determinou as medidas coação.

“É importante que se esclareça que ainda não fui notificado do encerramento do inquérito e, por conseguinte, não foi deduzida qualquer acusação contra mim”, esclarece o antigo dirigente do Beira-Mar que se afrma consciente de ter atuado “de forma lícita e na defesa intransigente dos superiores interesses do Beira-Mar”.

Os juízes da Relação rejeitaram o recurso apresentado pela defesa do ex-dirigente em que era pedida a revogação do despacho da juíza de instrução criminal, que confirmou a acusação do Ministério Público pela alegada prática dos crimes de crimes de peculato e burla qualificada.

Mano Nunes é suspeito de se ter apropriado de cerca de um milhão de euros que entrou nos cofres do Beira-Mar como parte da venda do imóvel, mas o ex-dirigente alega que apenas recebeu o dinheiro que tinha emprestado ao clube, não beneficiando de nada que não lhe pertencesse.

Os juízes desembargadores da Relação entenderam que o arguido não tem razão, defendendo que Mano Nunes tinha um eventual crédito sobre o Beira-Mar, mas "não era dono do dinheiro que estava depositado nas contas do clube".

Mano Nunes lamenta que o processo continue a manchar o seu nome. “É revoltante que se continue a insinuar que me apropriei ilegitimamente de valores que eram do clube. Isso é absolutamente falso e irei prová-lo em momento processual oportuno. Ainda hoje sou credor do clube de quantias que tive de pagar para garantir a sua sobrevivência em 2008”.

O ex-dirigente vai mais longe e revela que está para breve uma decisão do Tribunal sobre um procedimento cautelar que determinou os arrestos sobre a SAD.

“Trata-se de dinheiro que tive de pagar ao banco por conta de dívidas do clube que, supostamente, teriam sido assumidas pelo investidor que a direção escolheu para constituir a SAD e que, até à data, continuam por pagar”.


Diário de Aveiro


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