AVEIRO: O PRINCÍPIO DO FIM DO PÓRTICO DO ESTÁDIO?

Dois projectos de resolução contestando os pórticos de portagem na região de Aveiro – um de PSD e CDS e outro do BE – são hoje discutidos na Assembleia da República. O da coligação pede ao Governo que “estude uma alternativa” ao pórtico do estádio municipal de Aveiro; o dos bloquistas defende a retirada da cobrança de portagens “em toda a região”.
O pórtico situado nas imediações do estádio aveirense é o que suscita maior contestação. Partidos, Câmara de Aveiro, Comunidade Intermunicipal ou movimentos cívicos já se insurgiram.
O projecto de resolução de PSD e CDS recomenda ao Governo que seja encontrada uma alternativa para “acabar com uma grave injustiça”. De acordo com o documento, “a localização dos pórticos para a cobrança de portagens que envolvem a cidade de Aveiro é unanimemente considerada como pouco adequada”, na medida em que “prejudica gravemente quem se desloca diariamente para esta cidade e particularmente para quem se desloca dentro daquela que é a actual realidade urbana de Aveiro”.
Um exemplo concreto desta “má escolha” é a localização “escolhida pelo anterior Governo” para colocar o pórtico localizado na A25 entre Esgueira e Aveiro Nascente.
“Numa altura de grave crise”, acrescentam os autores do projecto de resolução, a localização do pórtico do estádio ”acaba por ter inevitavelmente repercussões negativas no crescimento económico local e traduz-se numa carga injusta e injustificável sobre todos os que circulam diariamente na malha urbana de Aveiro”.
Ulisses Pereira, deputado e líder distrital dos sociais-democratas, acredita que o Governo vai acatar o projecto de resolução. “Não nos passa pela cabeça que o Governo não cumpra uma recomendação da Assembleia da República”, afirmou.
Quanto ao BE, propõe que o Governo “retire a cobrança de portagens em toda a região”. “Seria expectável que os deputados eleitos por Aveiro defendessem a região, a economia e as suas gentes. E que, como tal, votem pela retirada das portagens. Não o têm feito até agora. Todos os deputados do PSD, PS e CDS votaram sempre a favor das portagens”, diz Nelson Peralta, candidato do BE à Câmara.
“É um dia de escolhas. Seria positivo que escolhessem o lado das populações e não o das regalias das concessionárias”, desafia o bloquista, acrescentando que “a democracia não pode ser uma encenação de boas vontades em momentos convenientes nas vésperas das eleições”.


Diário de Aveiro


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