A Fundação Mata do Buçaco e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais assinam hoje um protocolo de colaboração que irá possibilitar a participação de reclusos em tarefas de manutenção e recuperação da Mata Nacional do Buçaco, como trabalhos de jardinagem e manutenção de espaços verdes, manutenção de edifícios e arranjos exteriores, limpeza da mata e caminhos florestais. António Franco, presidente da Fundação Mata do Buçaco, refere que o objectivo é recuperar toda a Mata Nacional aproveitando a mão-de-obra dos reclusos que têm assim uma oportunidade de prestar um serviço comunitário ao ar livre: “O objectivo da Fundação Mata do Buçaco é recuperar todo o património, quer o construído, quer o florestal, que existe na Mata Nacional. Queremos, também, fazer uma recuperação das pessoas. Se precisamos de mão-de-obra porque é que não usamos a mão-de-obra de reclusos? Esta é uma oportunidade deles prestarem um serviço à comunidade e estarem ao ar livre”.
O protocolo, que será válido por um ano, prevê a utilização de mão-de-obra de cinco reclusos a seleccionar pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, entre aqueles que beneficiam do Regime aberto Voltado para o Exterior e/ ou do Regime Aberto Voltado para o Interior, devidamente custodiados.
António Franco acredita que esta iniciativa vai servir de exemplo a nível nacional para que as entidades e a comunidade em geral passem a olhar de outra forma para os reclusos: “Queremos ser um exemplo nacional e queremos que as pessoas olhem para nós e vejam que não temos receios. Grande parte dos reclusos tiveram problemas de vários géneros, mas podem ser recuperados. Todos nós somos humanos, todos nós erramos e falhamos na vida. O ser humano é recuperável, mas todos temos de trabalhar para isso. Esperemos que a nossa iniciativa seja um exemplo e que outras entidades olhem para os reclusos de outra forma”.
A assinatura do protocolo tem início às 16 horas, nas instalações da Fundação Mata do Buçaco. Diário de Aveiro |