A introdução de portagens na A29 e A17 e no troço da A25, entre o Estádio Municipal de Aveiro e a ponte da Barra, é contestada pelos partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro que defendem que estas vias devem continuar sem custos para o utilizador, uma vez que não existe alternativa para as populações locais.
“Estas são estradas fundamentais. São utilizadas pelas populações para irem para os seus trabalhos, bem como pelas pequenas empresas. É injusto que se faça agora o fim das SCUT. Ainda para mais num momento em que se fala de injustiças sociais, teremos todos os utilizadores a pagar o mesmo, prejudicando as pessoas e empresas da região”, argumentou o deputado do PCP.
Manuel António Coimbra reitera o facto de não haver alternativas à A29 e à A17 e por isso defende que não deveriam ser cobradas portagens nestas vias. Já no que toca à A25, no troço ente o Estádio de Aveiro e a Barra, considera que se trata de uma via urbana e por isso não deve ser portajada.
“Estes troços não têm alternativa, já que são a própria alternativa, tanto à A1, como à EN109. Portajar uma estrada que foi construída para ser alternativa, não faz qualquer sentido. O mesmo acontece com a A25, que na zona do estádio deixa de ter duas faixas para ter uma, o que significa que estamos a entrar numa zona urbana”, afirmou o deputado do PSD.
Do lado do PS, Paulo Jesus diz que não faz sentido a introdução de portagens no troço considerado “urbano” da A25. Quanto à A17 e A29, entende que a introdução de portagens pode ser vista como “um mal menor”, atendendo à conjuntura económica que o País vive.
“O troço que nos levanta mais dúvidas e sobre o qual é questionável a introdução de portagens, é este entre o Estádio de Aveiro a ponte da Barra. Este é um troço muito antigo, quase urbano, não é uma auto-estrada típica. Os outros, infelizmente, se for necessário e atendendo às actuais condições económicas do País, é um mal menor”, defendeu o deputado socialista.
O deputado do Bloco de Esquerda, João Dias, é também contra a introdução de portagens nas Scut que atravessam a região de Aveiro. E no que respeita à proposta da Comunidade Intermunicipal, de se criar um regime de isenção para as curtas distâncias, entende que não é suficiente, uma vez que há bastantes pessoas que diariamente fazem o percurso Aveiro/Porto para se deslocarem para o trabalho.
“Discordo desta ideia de que devem ser os utilizadores a acarretar com os custos da manutenção da estrada”, disse João Dias, criticando, ainda, a posição do presidente da CIRA, Ribau Esteves. “Há deslocações laborais entre o Porto e Aveiro e na zona do Douro manifestaram-se contra a introdução de portagens. Por isso, a posição deveria passar por defender a manutenção das SCUT”.
A posição dos partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro sobre a introdução de portagens na A29, A17 e no troço da A25 entre o Estádio de Aveiro e a ponte da Barra. Diário de Aveiro |