ASSEMBLEIA AUTORIZA COMPRA DE TERRENO EM S. JACINTO, NO VALOR DE 1,5 MILHÕES DE EUROS.

A Assembleia Municipal de Aveiro autorizou a compra de um terreno em S. Jacinto, no valor de 1,5 milhões de euros. Trata-se de um terreno, propriedade do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, contíguo aos estaleiros e que, no entender, da Câmara de Aveiro poderá contribuir para se encontrar uma solução para a resolução do problemas dos estaleiros, uma vez que irá permitir criar naquela zona uma área com mais de 60 mil metros quadrados. Élio Maia, presidente da autarquia, acredita que haverá investidores interessados nesta zona e que por isso a autarquia irá conseguir gerar mais-valias que ajudarão a suportar o investimento que irá agora ser feito.

“Pareceu-nos a todos que se houvesse a aquisição desse terreno, conseguiríamos ali uma dimensão mais facilitadora para aparecer algum investidor para aquela zona”, defendeu o autarca.

Manuel António Coimbra, do PSD, considera que se trata de um bom negócio, uma vez que irá ajudar a revitalizar uma zona que se encontra bastante degradada. “É uma solução que pode minimizar o impacto negativo provocado pela falência dos estaleiros. Irá potenciar a requalificação de uma zona degradada, bem como a empregabilidade, para além de poder vir a gerar mais-valias para o município”, disse o deputado social democrata.

Também Rafael Nevado, do CDS, partilha da opinião do PSD e defende que se trata de um bom negócio para a Câmara de Aveiro. “É importante a integração deste terreno na bolsa de imóveis da autarquia. Por isso consideramos que é vantajoso para S. Jacinto, tendo em conta os efeitos que terá na reorganização urbanística da freguesia”.

António Salavessa, do PCP, discorda dos argumentos da maioria. Diz não entender o valor que se irá pagar pelo terreno, de 1,5 milhões de euros, sobretudo quando se trata de uma compra a um instituto público. “O preço pedido por este terreno é três vezes superior à avaliação feita em 2006. E é preciso também ter em conta que a situação financeira não aconselha investimentos deste volume em tempo economicamente útil. Para além disso, não ficou demonstrado qualquer impacto directo ou indirecto na freguesia e nos ex-trabalhadores dos estaleiros”, defendeu António Salavessa.

Pedro Pires da Rosa, do PS, considera que a compra deste terreno não irá resolver os problemas da freguesia, até porque em nada irá beneficiar a requalificação da zona ribeirinha de S. Jacinto. “Isto não vai, sequer, resolver o problema da frente-ria, que interessa resolver, nem o problema dos estaleiros. Os terrenos são importantes para a freguesia, mas não foi dito para que seriam os terrenos. É preciso dar um fim social a estes terrenos e isso não ficou esclarecido”, disse o deputado socialista.

Também João Dias, do Bloco de Esquerda, critica a opção da Câmara de Aveiro. “Não consideramos que seja uma função da autarquia esperar mais-valias através da aquisição destes terrenos, para além disso não resolver nenhum problema em relação aos estaleiros”.

No final da discussão sobre este tema, na Assembleia Municipal de Aveiro, Élio Maia deixou a promessa de que em 2010 a autarquia irá investir na requalificação da zona ribeirinha de S. Jacinto.


Diário de Aveiro


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