ALZHEIMER, UMA DOENÇA “DISCRIMINADA” PELO ESTADO

“Dois anos passados desde o último seminário dedicado à doença Alzheimer, nada mudou: as dificuldades aumentam, bem como o número de doentes e continuamos à espera de uma intervenção eficaz do Governo”. A afirmação é do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, à margem do seminário “Lembrar Alzheimer”, que decorreu ontem em Aveiro. Com mais de 10 por cento dos utentes a sofrerem desta doença, a Santa Casa da Misericórdia avançou, pela terceira vez, com a organização de um evento desta natureza para juntar à mesma mesa técnicos, médicos, investigadores, cuidadores e familiares e criar um espaço de reflexão e troca de saberes. Lacerda Pais (que abriu os trabalhos), destacou ainda ao Diário de Aveiro a especial atenção que a instituição tem dedicado à doença, investindo em pessoal técnico especializado e em equipamentos e aulas específicas, como por exemplo a hidroterapia e o pilates: “nestes casos de demência, pequenas evoluções traduzem-se em grandes vitórias e podemo-nos orgulhar dos resultados que temos alcançado”, referindo-se ao retardamento da evolução da doença e à melhoria da qualidade de vida destes utentes. Mas o Provedor da Santa Casa reconhece que este empenhamento devia ser mais apoiado pelo Estado, lamentando que “vejam o Alzheimer como se fosse uma constipação e não como uma doença crónica, irreversível, incurável e altamente desgastante para os cuidadores”.


Diário de Aveiro


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