CARRILHO DIZ QUE ADMINISTRAÇÃO DA CULTURA ESTÁ AO NÍVEL DO ESTADO NOVO NO “ORÇAMENTO E CAOS INSTITUCIONAL”.

Um filósofo, ex-ministro da cultura, contra a desvalorização da pasta nos Governos depois de Guterres. A política cultural, em Portugal, tornou-se “uma área que está sob amnésia”. Não se sabe o que é, nem o que existe.

Manuel Maria Carrilho foi muito cáustico, numa conferência na Universidade de Aveiro, ao abordar as "perspetivas depois do fim do Ministério da Cultura", uma das primeiras decisões do Governo PSD-CDS.

E que tornam-se ainda mais negras, com a dotação financeira da secretaria de Estado. “Hoje olho para o orçamento e arrepio-me. Foi fixado em 200 milhões e está com reduções que o põe nos 180. É um orçamento indigente”.

O professor de filosofia foi incumbido em 1995 pelo ex-Primeiro-Ministro António Guterres, após os Estados Gerais, de criar o Ministério da Cultura.

Na última década o Estado demitiu-se das suas responsabilidades na cultura, uma crítica extensiva à governação de José Sócrates. “Todas as inovações do Governo de António Guterres foram destruídas pelo Governo de José Sócrates. Temos uma administração da cultura que é só comparável ao Estado Novo em termos de orçamento e caos institucional”.

A decisão governamental de parar à barragem do Vale do Coa para preservar gravuras rupestres, hoje seria muito difícil ou mesmo impossível. Confidências feitas por antigos primeiros-ministros MMC a que o próprio recorre para ilustra a perda de influência da cultura. Manuel Maria Carrilho fechar uma conferência sobre "Políticas Públicas para a Cultura".


Diário de Aveiro


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