Cerca de sete dezenas de pessoas ligadas ao ciclismo regional e nacional participaram no sentido e justo jantar de homenagem ao sangalhense Jorge Rosa, realizado no último sábado, nas Caves S.João, em São João de Azenha – Sangalhos.
Em ambiente de franca camaradagem, todos os intervenientes teceram rasgados elogios em relação ao caráter do homenageado. Fernando Gradeço, presidente da Assembleia-geral da Associação de Ciclismo de Aveiro (ACA), promotora da iniciativa, sublinhou tratar-se de uma “justíssima homenagem” prestada pela ACA, entidade que Jorge Rosa “serviu desinteressadamente, de forma dedicada e competente por mais de 50 anos, desempenhando funções de Comissário Nacional e de diretor”.
Na oportunidade, Fernando Gradeço desafiou ainda a Junta de Freguesia de Sangalhos a prestar também uma homenagem mais abrangente a Jorge Rosa, não só porque o homenageado esteve ligado a várias instituições na freguesia (foi membro ativo do Sangalhos DC, fundador do Agrupamento de Escuteiros, membro da Comissão da Fábrica da Igreja e da Assembleia de Freguesia, assim como pertenceu à Santa Casa de Sangalhos), mas porque teve igualmente “uma vida exemplar, pois foi um ótimo cidadão, um orgulho para a família”.
Também o médico Augusto Jorge Lacerda teceu rasgados elogios ao grande amigo, por quem nutre “uma amizade e cumplicidade de longa data”, como sublinharia durante a sua intervenção. Aos presentes, recordou o seu percurso no mundo do desporto, tendo sido imprescindível a várias gerações de ciclismo, pelos seus ensinamentos e conselhos. “Foste o comissário que todos nós gostaríamos de ser”, avançou, dando conta de que Jorge Rosa “é dos poucos que muito sabe de ciclismo”, para além de ter sido um “ótimo profissional, um excelente marido e um pai exemplar”. Rui Gradeço, em representação do Sangalhos DC, Henrique Castro, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Ciclismo e representantes da Junta de Freguesia, foram unânimes nas palavras ao “grande lutador a quem a vida pregou algumas partidas, mas que lutou e dá a todos uma lição de vida”, ao “comissário” e a “um homem de trabalho que espalhou por Portugal competência, saber e valor”.
Apesar da doença (foi vítima de um AVC) que dele se apoderou há cerca de um ano, deixando-o com um elevado grau de dependência, não baixou os braços, lutou, foi suficientemente forte para se encontrar, hoje, em franca recuperação, conquistando pouco a pouco a autonomia e independência perdidas.
No final, Jorge Rosa, emocionado, agradeceu aos presentes dizendo que tudo o que fez, fê-lo desinteressadamente, por amor à camisola. “Dei o melhor de mim, desinteressadamente”, concluiu.
De destacar que, de entre as várias lembranças, todas elas testemunhos de amizade, reconhecimento e gratidão, a camisola amarela que recebeu das mãos do comissário Mário Martinho, colega da ACA, teve um significado especial, pois simboliza como Jorge Rosa é um líder, nunca voltando as costas aos vários desafios que a vida lhe foi colocando, mas também o primeiro a dar-se, de corpo e alma, às várias causas que defendeu.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
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