O vice-presidente da Câmara de Aveiro responde aos críticos da construção da ponte no Canal Central e considera que não dão espaço para conhecer os argumentos que “justificam a defesa do projeto”. Carlos Santos manifesta respeito pela participação pública mas lembra que a Ponte é apenas uma das peças do Parque da Sustentabilidade que representa investimentos de 14 milhões de euros, financiados a 80% pelos quadros comunitários. Lembra que a ponte foi sujeita a “escrutínio político e público”, “foi objeto de um concurso público internacional” e tem a assinatura “de um especialista inglês em pontes pedonais”, com obra “ internacionalmente respeitada”.
Diz que é uma falsidade a acusação de que o executivo aveirense não cumpre o Plano de urbanização Pólis que prevê a ponte mas no Canal das Pirâmides e diz que há provas em “ofícios da ARH Centro e da CCDR Centro”.
Carlos Santos, num artigo publicado ontem, fala deste projeto como “estrutura muito simples, com um vão perpendicular às margens, onde assenta, sem tocar na água e com o mínimo de interferência no passeio de ambos os lados”. Diz que “é de fácil manutenção, elegante e discreta” capaz de “criar novas perspetivas sobre a cidade e sobre o canal e, certamente, vai ser um local de eleição para fazer a fotografia de sonho quer dos aveirenses quer dos muitos turistas que visitam a nossa cidade”.
Defende que o suporte financeiro alivia os cofres da autarquia, desvaloriza o impacto económico e vê um paradoxo no fato de “entre aqueles que agora contestam a construção desta ponte pedonal – e sabemos que a maioria daqueles que a criticam são cidadãos aveirenses bem-intencionados, ainda que porventura não totalmente informados – contam-se os verdadeiros campeões da construção de pontes”.
No texto publicado, o vice-presidente da CMA não deixou de dar uma “bicada” a quem critica a ponte e foi responsável pela construção, lançamento ou planeamento de 9 pontos entre 1997 e 2005 ao dizer que “3 dessas 9 pontes não têm altura suficiente, obrigando os moliceiros a cortar a proa” e que “este Executivo vai levantar essas 3 pontes, para que os moliceiros circulem com proa, o que implica o gasto de um valor superior ao custo da nova ponte”.
Sobre o fato da ponte não ser consensual, lembra que já foi assim com a Ponte do Laço que “muitos diziam ser monstruosos todo o ferro e o betão que a sustentam”.
Para Carlos Santos este processo prova que “é muito mais fácil dizer mal do que defender” e que é “muito mais fácil nada fazer do que enfrentar os que se opõem a que se faça”.
Inspirado pela realidade de Veneza onde as pontes também enfrentaram polémica diz que “quando as pontes começam a unir as margens e se criam novos pontos de vista sobre a cidade e sobre a água, essas pontes deixam de ser polémicas e passam a ser queridas”. Acredita que será assim com a nova travessia no Canal Central. Diário de Aveiro |