ANADIA:CONCENTRAÇÃO EM DESFESA DA CONSULTA COMPLEMENTAR

Numa iniciativa do movimento de cidadãos “Unidos pela Saúde”, a concentração em defesa da Consulta de Atendimento Complementar do Centro de Saúde de Anadia, em funcionamento no Hospital José Luciano de Castro, foi pouco participada. Pouco mais de duas dezenas de pessoas deslocaram-se, na noite do último sábado, do centro da Praça do Município até à Consulta Complementar, onde entregaram um manifesto.
Ao grupo de populares, juntaram-se ainda alguns membros da Comissão Política do PSD de Anadia, nomeadamente o seu presidente, José Manuel Ribeiro, Lígia Seabra, Jorge São José, entre outros.
De acordo com José Paixão, líder do movimento, a tomada de posição popular prende-se com o facto de estar em causa “um conjunto de sinais que indiciam uma alteração significativa do actual funcionamento da Consulta e que podem levar ao seu encerramento, num curto espaço de tempo”.
José Paixão critica o facto de, nos dias 4 e 5 de Abril, a Consulta não ter tido médico durante a manhã, e na sexta-feira, não ter tido médico da parte da tarde, deixando ainda o reparo ao facto de, durante a noite, fins-de-semana e feriados, a Consulta ser assegurada por dois médicos, em regime de trabalho extraordinário. Por isso, questiona “a razão para que, durante o dia, altura em que a afluência a este serviço é maior, esteja de serviço apenas um médico, e à noite, com menos afluência, haja dois médicos a fazer horas extraordinárias”.
Segundo o líder do movimento, “a situação irá agravar-se nos próximos tempos”, devido “à continuação da corrida dos médicos à aposentação; à aparente recusa dos médicos do Centro de Saúde de Anadia, em aceitar a mudança da Consulta do hospital para o Centro de Saúde, porque essa mudança significa o fim das horas extra e o alargamento do horário de funcionamento do Centro de Saúde e a vontade da Directora do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga em encerrar estes serviços de cuidados de saúde, em particular as extensões de saúde, com a criação das USF”.
José Paixão sublinha que “as populações ficarão a perder com as medidas, em particular para as pessoas mais idosas e de mais baixos recursos”.
Aos jornalistas, diz não abdicar de lutar para que o horário de funcionamento da Consulta de Atendimento Complementar não seja reduzido, “independentemente do local do seu funcionamento, apesar de continuarmos a pensar que é essencial a existência de um ponto no concelho que funcione 24h”.
Por isso, garante que o movimento volta a sair à rua para fazer valer a sua indignação.
No próximo domingo, a partir das 15h, haverá nova concentração junto à Câmara Municipal, para mais um protesto. A organização apela à mobilização popular, já que os serviços de Saúde (ou falta deles) dizem respeito a todos. Os manifestantes vão deslocar-se a pé até à Consulta Complementar.

Catarina Cerca


Diário de Aveiro


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