ACBL ENTREGA DONATIVO AO CENTRO SOCIAL AV. CAMINHO

Dois cadeirões de descanso com rodas, três cadeiras sanitárias, 70 lençóis, 35 fronhas, 35 colchas de algodão e 40 toalhas de mesa, no valor aproximado de cinco mil euros, foi o montante do donativo entregue pela Associação Cultural da Bairrada no Luxemburgo (ACBL) à Associação Social de Avelãs de Caminho (ASAC), no passado dia 11 de Agosto.
Na oportunidade, Rogério Oliveira, presidente da ACBL, lamentou o facto do poder político não reconhecer como deveria o trabalho desenvolvido pela associação que dirige, pois com apenas 13 anos de vida já entregou, em Portugal, cerca de 245 mil euros, dos quais 90 mil se destinaram a situações de carência registadas no concelho de Anadia, sua terra natal.
Valores só possíveis de alcançar graças à carolice dos associados e a todas as pessoas que tomam parte, ao longo do ano, nas muitas acções e festas que esta associação realiza no Luxemburgo como forma de angariar fundos. Por isso, não deixou de lamentar o facto do poder político não ter distinguido o árduo trabalho realizado pela ACBL. Uma associação que nasceu da vontade de um punhado de bairradinos de ajudar não só o seu país mas que tem minorado carências em vários locais, nomeadamente os sem-abrigo, no Luxemburgo e mais recentemente Angola.
Rogério Oliveira alertou ainda os presentes para o facto de aparecerem na Associação cada vez mais pedidos de ajuda: “somos uma associação pequena e fico triste porque no meu país há cada vez mais pessoas a necessitar de gestos solidários”.
Presente no evento, César Andrade, autarca de Avelãs de Caminho, reconheceu tratar-se de um “gesto nobre”, na medida em que é um facto que as pessoas boas, as colectividades e IPSS’s locais precisam de todo o apoio pois desempenham um importante papel junto das populações.
Já Rosa Maria Tomás, vereadora da Câmara de Anadia, aproveitaria para realçar o gesto “simpático e sentido” da ACBL, detentora de um trabalho conhecido por todos e que terá agora de “transmitir este exemplo de generosidade às gerações mais novas”, por forma a que os filhos e netos dos fundadores da ACBL possam continuar a obra começada por Rogério Oliveira e seus pares. “Cuidai dessa transmissão de valores às gerações vindouras”, pois como salientou, “as torneiras dos subsídios e apoios vão-se fechando e, em tempo de crise, é cada vez mais difícil trabalhar sem apoios”. A autarca contou ainda aos presentes ter ela própria, enquanto emigrante nos EUA, durante 18 anos, sentido na pele o quão difícil é manter uma associação a funcionar. Todavia reconheceu que, lá fora, é mais fácil porque os emigrantes são pessoas generosas, sensíveis e mais disponíveis que ajudam com agrado a terra natal. Aliás, disse mesmo que a saudade da terra natal, do país, faz com que os emigrantes estejam mais despertos e empenhados em colaborar com este género de associações.
Leonilde Rasga, presidente da direcção da ASAC, destacou o facto das dificuldades económicas absorverem grande parte do trabalho das direcções, obrigando-as a angariar fundos para melhor satisfazer os utentes. Quanto à ajuda agora recebida, mostrou-se extremamente sensibilizada com a rapidez com que chegou.

Catarina Cerca


Diário de Aveiro


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